domingo, 3 de maio de 2009

04º Domingo Páscoa - Bom Pastor









É com esta afirmação clara, frontal, que o Senhor se nos apresenta hoje, logo no início do Evangelho deste quarto domingo da Páscoa.
Desde os tempos do Êxodo, e sobretudo no Exílio, Israel costumava invocar o Senhor como «Pastor». Recordemos o salmo: «Pastor de Israel escutai, vós que conduzis José como um rebanho» (Sal. 22). Os dirigentes políticos e religiosos do Povo também se assumiram como «pastores», mas, muitas vezes, gananciosos, egoístas, dizimadores do rebanho, vivendo à custa das ovelhas. São bem conhecidos os impropérios do profeta Ezequiel contra tais pastores. O mesmo profeta anuncia que o próprio Deus, o Pastor de Israel, será quem virá cuidar do seu rebanho e velar por ele; assim realizará todo o desígnio de salvação que tem para com o seu povo.
E aqui o temos hoje, tentando fazer chegar até ao fundo do nosso coração todo o excesso de amor com que quer juntar-nos, apesar das nossas diferenças, numa comunidade em cuja construção Ele funciona como «pedra angular». Assim O designa Pedro na 1.ª leitura, que continua a do passado domingo, e na qual Príncipe dos Apóstolo, a propósito da cura do aleijado na Porta Formosa do Templo, se esforça por persuadir os circunstantes de que «não há qualquer outra possibilidade de salvação» a não ser no Nome, isto é, na Pessoa do Senhor Jesus e pelo seu poder. E a «salvação» não é qualquer coisa de abstracto, de subtil, ou apenas algo do «fim dos tempos»: a salvação está ali bem concretizada, bem explícita, bem «acontecimento», na pessoa daquele que era um aleijado, mas que agora, isto é, depois do encontro com o poder de Jesus Cristo, está ali, bem firme sobre os seus pés, para espanto e maravilha de todos os presentes.
Assim como Pedro socorreu o pobre coxo, tenhamos também nós a preocupação de descobrir as implicações sociais da libertação que Cristo nos trouxe – por outras palavras – a autêntica dimensão da doutrina social da Igreja. Suponho que uma leitura atenta do livro dos Actos dos Apóstolos – que aliás vimos fazendo nestes domingos da Páscoa – nos fará descobrir muita coisa, ao mostrar-nos como a Igreja responde às carências da comunidade. Lembremos também aqui a partilha espontânea dos bens, o pôr tudo em comum, a vivência do amor no quotidiano. Isso mesmo: vivência do Amor, no quotidiano. Assim foi a resposta da Igreja dos Apóstolos. E não pode ser outra a resposta da Igreja dos nossos dias. Aliás, não seria Igreja de Cristo, rebanho do Bom Pastor.
Neste dia mundial de oração pela vocações, não podemos deixar de lembrar que, hoje, esta presença do Bom Pastor passa pela presença daqueles a quem ele chama para O acompanharem nas tarefas da redenção: «Vinde comigo: farei de vós pescadores de homens!»
Se temos consciência de que Ele nos chama, avancemos com coragem, com entusiasmo.
E – todos – ajudemos com a nossa oração, com a nossa simpatia, com o devido apreço, a decisão daqueles que se puseram a caminho com o Senhor, para a grande aventura do Reino de Deus!


O 4º Domingo da Páscoa, também chamado de Domingo do Bom Pastor - Dia de orações pelas vocações sacerdotais e religiosas.
O termo pastor ressoa na boca de Jesus como um título cristológico que fala simultaneamentede seu mistério e de sua missão, tendo raízes no Antigo Testamento. Com efeito, Iahweh é o Pastor que conduz o seu Povo, através de seus servos quais autênticos pastores nem sempre, porém, fiéis à missão. Daí o tema no Antigo Testamento revelar um forte acento messiânico-escatológico, isto é, Deus haveria de suscitar um Pastor plenamente fiel ao serviço às ovelhas. Este pastor, segundo o coração de Deus, anunciado pelos profetas e esperado por Israel, é o Messias: Jesus.
Ele se apresenta no Quarto Evangelho consciente não só de ser aquele pastor, mas também de que os que vieram antes dele eram ladrões e mercenários que dispersaram as ovelhas. Então,não só as reúne e defende, mas lhes dá a vida porque morre e ressuscita para isso. Justifica-se, pois, a escolha do relato do Quarto Domingo da Páscoa, por esta nítida relação estabelecida entre o pastoreio de Jesus e o momentode sua morte e ressurreição. Aliás, esta entrega de si é que justifica o qualitativo bom acrescido ao pastor.
Paulo VI percebeu a importância desta mensagem e fez deste Domingo uma Jornada Mundial de Orações pelas Vocações Sacerdotais e Religiosas. Dessa maneira, enseja que à luz do Bom-Pastor que dá a vida compreendamos, aceitemos evalorizemos as vocações especiais na Igreja. O melhor modo de valorizá-las é perceber suas necessidades. Quem precisa pede, ora, implora. Há, pois,uma pequena sutileza no pedido que fazemos a Deus. É claro que pedimos vocações. Mas, na realidade, suplicamos que Ele conceda o dom que motiva o coração humano para a entrega de si mesmo, aquela disposição do Bom-Pastor que dá a vida, sem o que a Redenção não se efetua. Este dom é pedido, hoje, pela Igreja ao seu Pastor Supremo, sem o qual não há nem vocacionados nem a expressão visível Daquele que redimiu e congregou o Rebanho.
A imagem do Bom-Pastor, plena de conteúdo salvífico, permite também que toda obra e ministério eclesiais sejam chamados de Pastoral porque os batizados, segundo os carismas que possuem, são vocacionados ao serviço, dando a vida pela causa Daquele que se entregou por nós. Portanto, a imagem desperta a generosidade e a disponibilidade dos cristãos para o serviço na Igreja e no Mundo, à semelhança do pastoreio de Jesus.

Posted by Cleiriane @ 00:05

0 Comments

Postar um comentário

<< Home

STATUS

No ar desde: 29/11/08
Host: Blogger.com
Layout: 7ª edição - outras versões.
Visitas:
Resolução: 800x600.
Navegador: Internet Explorer.
Postagens: Cleiriane.
Webmistress: Milla.

QUEM SOMOS

Ó Jesus, nosso bom pastor, nós vos agradecemos por todas as maravilhas que realizastes para a nossa salvação, pois nos ensinastes o verdadeiro caminho para o Pai, nos revelastes toda a verdade do vosso reino, e nos conquistastes a vida plena, pela vossa morte e ressurreição. Ó bom pastor, guia-nos e protegei-nos contra todos os males, que querem nos afastar do vosso amor. Vós que conheceis a cada um pelo nome, socorrei-nos com a vossa graça e que possamos sempre reconhecer a vossa voz, que conduz à vida em plenitude. Amém.