quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

História da Igreja

O túmulo de São Paulo

A localização do túmulo do Apóstolo, na Basílica de São Paulo Extra Muros, nunca foi contestada em 20 séculos de história da Igreja. Os recentes trabalhos de arqueologia confirmaram uma sólida tradição romana

Autor: Victor Hugo Toniolo

Desde os tempos mais antigos até o século XIX, dadas as necessidades defensivas da época, as cidades européias costumavam ser circundadas por muralhas dentro das quais se encerravam os palácios, templos, edifícios públicos e habitações privadas, garantindo proteção e segurança tanto aos cidadãos quanto aos seus bens materiais.
Fora do perímetro urbano se desdobravam os campos que, dependendo da situação, eram cultivados ou simplesmente abandonados.

Ao primeiro sinal de perigo os poucos aldeões ali residentes corriam para refugiar-se na cidade amuralhada.
Também Roma recebeu de seus fundadores - os irmãos Rômulo e Remo, segundo a lenda - uma muralha para sua
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A atual Basílica de São Paulo Extra Muros evo-
ca o esplendor da edificação original, iniciada
por Constantino
defesa. Com o passar dos anos e o crescimento da urbe, foram construídas outras. No tempo do Imperador Aureliano (270-275) tais muros, com 6 metros de altura e 3,5 de espessura, se estendiam por 20 quilômetros.

A basílica construída por Constantino

No séc. IV, porém, Constantino decidiu edificar uma basílica sobre um cemitério localizado junto à Via Ostiense, a estrada que levava ao porto de Óstia. O que pretendia o imperador, mandando construir essa igreja fora do recinto das muralhas - extra muros, em latim -, à mercê dos inimigos, em meio aos prados onde se apascentavam os rebanhos? Honrar o túmulo de São Paulo, o Apóstolo dos Gentios, que se encontrava naquele exato lugar.

Vinte séculos de presença Incontestada

A Basílica de São Paulo Extra Muros enfrentou diversos cataclismos. Contudo, as forças da natureza nunca foram suficientes para fazer o edifício decair ou ser abandonado, nem diminuir o afluxo de peregrinos.
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Detalhe do altar sob o qual se encontra o tú-
mulo de São Paulo

Diversamente de outros lugares santos de Roma, a presença dos despojos do Apóstolo na Basílica nunca foi contestada. Jamais houve necessidade de fazer uma verificação para apaziguar os ânimos ou contraditar os "espíritos fortes".

O mais recente estudo Arqueológico

Há alguns meses, aproveitando trabalhos de reestruturação em curso nesse templo, o Cardeal Arcipreste, Andrea Cordero de Montezemolo, sugeriu aos arqueólogos doca do túmulo de São Paulo, que se encontra sob o altar da confissão.

Como é comum acontecer em igrejas tão antigas, o acesso ao túmulo estava vedado, tendo sido necessário remover alguns elementos dos subterrâneos da Basílica. Fez-se para isso uma abertura de 70 cm, que franqueou o contato com a sepultura; após cerca de 16 séculos, era a primeira vez que ela via novamente a luz.

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Uma imponente imagem de São Paulo domi-
na o átrio, frente à Basílica
Sobre o sarcófago, os arqueólogos puderam reconhecer claramente a inscrição: "Paulo Apostolo Mart" (Paulo, Apóstolo e Mártir).

Em declarações à imprensa, o Cardeal Montezemolo ressalta que não pode haver qualquer dúvida acerca da veracidade das conclusões desses trabalhos arqueológicos: "O túmulo de São Paulo nunca foi tocado. A inscrição dá segurança de que aquela é a sepultura. Existe uma absoluta concordância, desde há vinte séculos, no fato de que a sepultura de São Paulo está ali. Podia-se ver ou não, em tempos precedentes, pois foi coberta por diversas coisas, mas o fato de que a sepultura está ali e é aquela, eu diria que ninguém, hoje, coloca em dúvida.

O que faremos no futuro? Estamos estudando a eventual possibilidade de proceder também a uma exploração interna.

Consultaremos o Papa para que autorize, e veremos o que fazer." De sua sepultura, o Apóstolo das Gentes continua a exercer uma irresistível atração e a proclamar, com a simples presença de seus sagrados despojos, a veracidade da Igreja.

E ali seus restos mortais têm o merecido descanso, enquanto sua alma goza da glória celeste, como ele mesmo afirmou: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta- me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia" (2 Tim 4, 7-8).

Posted by Cleiriane @ 09:57

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